Tesouros da vida na montanha

Isalina Fernandes

Isalina Fernandes fala em castrejo, um arcaísmo próprio de Castro Laboreiro e que tem um som galego. As rugas do seu rosto e o seu olhar cansado pressagiam o que ela repetirá várias vezes, que a sua vida foi dura.

Isalina, acompanhada pela filha Leonor que a observa atentamente, diz: “a minha era uma vida complicada, a vida da montanha é uma vida dura”. Ele retorna ao passado com seus pensamentos e lembra como seus vizinhos migraram para a França, abandonando seus lares em busca de uma vida melhor. Foi um êxodo cruel que os homens e mulheres de Castro Laboreiro estavam empreendendo a pé, já que entre os mais pobres também havia classes e Isalina lembra-se que as pessoas da aldeia que migraram o fizeram a pé.

Leonor Rodrigues

Leonor Rodrigues nasceu na freguesia de Castro Laboreiro, em 1965, numa família que sempre viveu na serra. Agora ela é uma das poucas, praticamente a única, que ainda vive lá e continua a manter o estilo de vida tradicional da montanha. Seu pai emigrou para a França, enquanto sua mãe, Isalina Fernández, estava principalmente envolvida na pecuária, criando animais que ela vendia na feira. Atualmente ainda existem duas vacas, mas, na ausência de uma feira na freguesia, os compradores vêm à sua casa para levar os animais.