Tesouros da gastronomia

Divina Iglesias

Divina nasceu em As Neves em 1949. A família da sua mãe era dona do restaurante na estação de comboios desde 1911 e foi lá que aprendeu a cozinhar as espécies de peixe capturadas no rio Minho.

Ela emigrou para a cidade natal do marido e combinavam o feriado com a época de pesca, quando pescavam ou costuravam redes de pesca.

Divina, depois do seu aprendizado familiar, transmitiu o conhecimento da cozinha tradicional a próxima geração, evitando que ela se perdesse. Mantendo as receitas tradicionais do ozinhado da lampreia, fazendo-o guisado, a seca e o recheado. A secagem da lampreia foi feita por ela mesma, fumando numa grande lareira com a queima de lenha seca.

Gloria de Jesus Dacunha

Gloria nasceu em Parada de Monte, uma aldeia da montanha do concelho de Melgaço, em 1947. O seu pai era um emigrante e sua mãe geria uma escola. Estudou magistério e começou a viajar pela geografia do norte, sendo professora na Telescola, apoiando programas nacionais de TV para a prática do ensino.

Mas tarde foi para o concelho de Caminha e começou a pescar com seu marido. Lá ele aprendeu a secar o peixe com a sua sogra para conservá-lo durante o ano todo. Solhas, sabelhas e tainhas são os peixes que costumavam secar em Caminha, embora o robalo e as lampreias não secassem nesta zona.

As técnicas de secagem do peixe nasceram em tempos antigos, quando as gentes raianas faziam abundantes provisiones e tentaram preservá-lo para os tempos de escassez.

Glória preserva estas técnicas ancestrais, bem como as transmite, ensinou a moita gente a secar os peixes durante a sua estadia na organização do Festival da Solha, que se realiza em Seixas, freguesia de Caminha.