A lampreia
Uma das espécies mais emblemáticas do rio Minho é a lampreia. Desde tempos imemoriais, este ciclóstoma faz parte da fauna do rio Minho e está presente na cultura material e imaterial deste vale. Proba disso são os pesqueiros aqui construídos, assim como os acordos, doações e códigos medievais, onde prevalece o poder dos conventos.
A lampreia é uma espécie que existe há milhares de anos e pertence à classe dos vertebrados, com a forma de um peixe, sem mandíbulas (ciclóstomos) e barbatanas pares, de forma cilíndrica, alongada e pele viscosa. Alimenta-se através de uma boca circular, semelhante a um copo de sucção.
Durante os primeiros cinco anos de vida, a lampreia vive no leito do rio, onde se alimenta e sofre uma metamorfose, após a qual a cal migra para o alto mar, onde atinge a idade adulta. Depois disso, ele volta ao rio, alguns dizem que retorna ao rio onde ele nasceu, subindo-o para pôr seus ovos, e depois morre. É esta ocasião a conhecida como tempo da lamprea, quando é capturada.
A lampreia, mais ou menos presente nos rios da costa ocidental portuguesa e galega, tem no rio Minho um dos seus meios naturais mais conhecidos e valorizados ao longo da história. Seu nome, segundo alguns, vem do feito de “se colar” às pedras (lampetra), endo apelidado por outros de “peixe dos sete buracos”, devido às aberturas das brânquias de cada lado da cabeça. As características físicas deste peixe vertebrado são ao mesmo tempo nojentas e fascinantes.
Nos tempos mais atrasados da história desta região, desde os romanos até à Idade Média, a importância da lampreia na gastronomia era evidente, especialmente para as classes mais poderosas, como a elite romana, os frades e os senhores da terra. Hoje ainda tem um lugar distintivo na gastronomia local.