O Observatório Transfronteiriço do Rio Minho revela um território com mais empresas, menos população e maior rendimento per capita

O Observatório de Dinâmicas Transfronteiriças do Rio Minho (ODT) apresentou o seu mais recente relatório sobre os recursos endógenos do território num workshop realizado hoje no Salão Nobre da Câmara Municipal de Melgaço em que também foi possível conhecer diferentes projetos de sucesso ligados ao setor do comércio e do turismo. Após as boas-vindas do Presidente da Câmara Municipal de Melgaço, Manoel Batista, o evento iniciou-se com uma apresentação do ODT pelo seu coordenador científico, Xavier Martínez Cobas e pelo técnico do AECT Rio Minho, Luis Ulloa, que apresentou o funcionamento e relevância do portal promovido pelo AECT Rio Minho https://aectriominho.eu/observatorio-das-dinamicas-transfronteirizas transfronteirizas e o tipo de informação que esta ferramenta inovadora oferece.

A conferência centrou-se depois na análise do relatório “Recursos endógenos no território do rio Minho Transfronteiriço” e realizou-se uma mesa redonda com a participação do diretor do projeto da Associação para o Desenvolvimento do Sudoeste Galiza Eu Rural , Eva Gil Solla, a dirigente da GDR Condado-Paradanta, Francisco González Carracedo, a responsável técnica do Porta de Lamas de Mouro, Isabel Ramalhosa e o diretor da Adriminho, Carlos Brandão.

Menos população, mas mais capital humano disponível para trabalhar

De acordo com o relatório elaborado pelo ODT e divulgado pelo AECT Rio Minho, a agricultura e a pecuária são as atividades mais relevantes na zona, mas o seu peso tem diminuído ligeiramente ao longo dos anos, aumentando, por outro lado, a atividade florestal.

A situação dos recursos humanos é mais complexa. Enquanto se observa um declínio da população, observa-se um aumento do emprego, ou seja, o capital humano total está diminuindo, mas o capital humano disponível para obtenção de riqueza está aumentando. O número de alunos no ensino obrigatório também está a diminuir, o que é um indicador de uma futura diminuição do capital humano do território. Por outro lado, também se identifica um certo crescimento da capacidade de inovação.

Verifica-se um crescimento das mesmas, algo muito comum em áreas transfronteiriças, uma vez que as trocas de produtos fazem parte das suas vantagens competitivas. Quanto à sua distribuição, destacam-se comparativamente as atividades de comércio, agricultura e construção.

Regista-se um crescimento do PIB per capita,do número de empresas dedicadas a atividades de saúde por mil habitantes, do número de pessoal dedicado aos serviços de saúde nos centros de saúde por mil habitantes, do número de empresas dedicadas à educação por mil habitantes e aquelas dedicadas a atividades culturais. A única diminuição é o número de centros educativos por mil habitantes. Neste sentido, observa-se uma melhoria na qualidade de vida com um certo risco potencial devido à falta de capital humano no futuro.

Fonte de dados socioeconômicos transfronteiriça

O ODT Rio Minho é uma ferramenta inovadora de obtenção de dados para a implementação de políticas públicas e iniciativas privadas dirigidas a instituições, empresas, empreendedores e estudantes. O portal oferece um diagnóstico socioeconómico do troço internacional do Rio Minho entendido como um único território e não dois espaços desconexos divididos pela fronteira.

A criação do ODT promovido pelo AECT Rio Minho “Rede de Apoio às Dinâmicas de Cooperação Local no Rio Minho transfronteiriço – Rede_Lab_Minho” cofinanciado pelo Programa Interreg V-A Espanha Portugal.