06 Jul O AECT Rio Minho e as eurocidades poem a circular as bicicletas ‘e-bike Rio Minho’, o primeiro serviço de gestão verdadeiramente transfronteiriço na península
O AECT Rio Minho, em parceria com as eurocidades Tui-Valença, Tomiño-Cerveira e Salvaterra-Monção colocaram hoje em circulação as ‘e-bike Rio Minho’, um serviço de partilha de bicicletas elétricas que nasce como o primeiro serviço de gestão verdadeiramente transfronteiriço em toda a Península Ibérica. Graças a esta iniciativa qualquer pessoa residente ou visitante poderá cruzar de um país a outro nas 46 bicicletas disponíveis de forma gratuita, simplesmente criando um cartão de utilizador ou descarregando a APP criada para este serviço.
Para a inauguração do serviço realizou-se um circuito no qual estiveram presentes, não só representantes institucionais (do AECT Rio Minho, Deputación de Pontevedra, CIM Alto Minho, concelhos e CCDR-N), mas também residentes de todos os concelhos. Partiram comitivas desde Monção e Salvaterra e também de Tomiño e Cerveira, que se juntaram a Tui-Valença no Largo dos Comboios de Valença a meio da manhã. Desde aí fizeram um trajeto conjunto que passou simbolicamente pela ponte de ferro até à alfandega de Tui, onde se realizou os discursos oficiais.
O diretor do AECT Rio Minho, Rui Teixeira, sublinhou que este projeto é “um passo pequeno, mas muito importante no âmbito da sustentabilidade e do turismo. Temos as bicicletas da ‘Amizade’ e vão dar a conhecer o território a quem o visite”.
Por sua vez, o vice-diretor Uxío Benítez destaca que o serviço ‘e-bike Rio Minho’ é o primeiro projeto que realmente é gerido de forma partilhada entre os dois países, Galiza e Portugal. Sublinhou que se trata de uma iniciativa piloto que tem intenções de ampliação, pelo que se está a trabalhar na captação de mais fundos comunitários para aumentar o número de bicicletas disponíveis, o número de estações de carga e ancoragem, e também a inclusão de mais localidades do Rio Minho para além das eurocidades.
A presidente de Deputación de Pontevedra, Carmela Silva, destacou a “experiência única” que foi “sair de Valença e chegar a Tui” passeando com as bicicletas transfronteiriças “por essa ponte que é um símbolo internacional”. A presidente realçou a importância de “trabalhar juntos e juntas” para posicionar o território do sul da Galícia e o norte de Portugal “em projetos que vão trazer visitantes e que permitirão demonstrar os valores ambientais, culturais e patrimoniais que são um orgulho para todas e todos nós”. Estes projetos de futuro começam com “ideias concretas” como esta “e-bike Rio Minho” promovida pelo AECT Rio Minho, “uma das mais ativas que existem” e que “transforma o território para melhorar as vidas das pessoas”.
O alcalde de Tui, Enrique Cabaleiro, manifestou a sua esperança de que a velha ponte de Tui seja no futuro um percurso onde circulem unicamente bicicletas e pessoas a pé, ideia de que pressupõem um grande “desafio”. Assim o sublinhou o presidente de câmara de Valença, Jóse Manuel Vaz Carpinteira, que assegurou que o desejo “não será fácil”, contudo servirá para potenciar a mobilidade suave e usufruir da paisagem e do património, assim como “fortalecer a relação entre eurocidades”.
A alcaldesa de Salvaterra, Marta Valcárcel, sublinhou no ato de hoje deu-se a conhecer o trabalho importante feito a partir do AECT Rio Minho e das Eurocidade sobre o meio ambiente e o turismo. “Esta mobilidade suave fomentará o atrativo e a visita aos nossos municípios”, disse, assegurando que desde Monção-Salvaterra está-se a trabalhar num projeto de modificação da sua ponte internacional (a 3ª com mais trânsito de toda a fronteira peninsular) para garantir um melhor espaço para as bicicletas e o turismo. O presidente de Monção, António Barbosa, por sua vez, salientou que haverá “um espaço com condições para circular em bicicletas e ir a pé” para potenciar o proveito da natureza, assim como destacou o importante papel do “AECT Rio Minho como mecanismo de transformação e afirmação deste território”.
Finalmente, a representantes de Tomiño, Sandra González, referiu o trabalho transfronteiriço. “Não podíamos ter passado mais obstáculos: a pandemia, a crise de bicicletas e a crise de microchips, contudo mesmo assim este projeto seguiu adiante. Não foi singelo, contudo fomos capazes de o fazer”, destacou, ao mesmo tempo, que lembrou que a iniciativa une duas peças que marcam o ADN da eurocidade, a mobilidade suave e a cooperação transfronteiriça: “Cada vez mais a UE valoriza mais estes projetos que cozem a fronteira e unem a povos vizinhos. As bicicletas vão ser muito usadas e os residentes vão se sentir mais próximos.”
O presidente da CIM Alto Minho, Manoel Batista, sublinhou, por sua vez, o projeto extraordinário que é o ‘e-bike’ que “marca uma ligação entre o território” e que permite a cada um de nós diminuirmos a nossa pegada ambiental. Salientou “o dinamismo extraordinário que o AECT Rio Minho está a conseguir levar aos territórios também com este projeto”.
Finalmente, o vice-presidente da CCDR-N, Beraldino Pinto, sublinhou a alegria de ver este projeto de partilha das bicicletas transfronteiriças reforçando a ligação entre o Norte de Portugal e Galiza. “Este projeto deve ser replicado em outros territórios porque vai em benefício das populações e ultrapassa barreiras que muitas vezes surgem e que aqui foram vencidas. O exemplo do AECT Rio Minho e dos municípios é de facto muito grande e temos de o usar para concretizar projetos como este. Um projeto que é evidência de uma boa utilização de fundos comunitários.”
O orçamento do projeto é de 90.000 euros, sendo financiado em 75% pelo FEDER através do POCTEP e o resto do AECT Rio Minho (Deputación de Pontevedra e CIM Alto Minho) e eurocidades. Adicionalmente, o estado português, através do fundo ambiental conseguiu financiamento para a instalação de estações físicas de ancoragem na parte lusa, que pressupôs um investimento doutros 75.000 euros.
Como funciona o serviço?
As bicicletas do serviço ‘e-bike’ podem ser utilizadas de forma gratuita por qualquer pessoa, desde que resida num dos concelhos pertencentes ao território do AECT Rio Minho ou seja visitante pontual, podendo-se mover por todo o território ribeirinho das eurocidades durante um máximo de três horas diárias. Para usar uma bicicleta é necessário dirigir-se a um balcão de atendimento (Casa do Concello de Tomiño, Posto de Turismo de Cerveira, Oficina de Turismo de Tui – Corredera, Piscinas Municipais de Valença, Casa do Concello e Museo de Ciência de Salvaterra, Loja Interativa de Turismo e Posto de Informação de Turismo de Monção) e criar um utilizador ou descarregar a aplicação fazendo um deposito com um cartão de crédito que será devolvido passado 48 horas após a entrega da bicicleta caso esta não apresente danos.
As bicicletas disponíveis estão situadas em estações virtuais, no caso dos concellos galegos e em estações físicas no caso dos municípios portugueses. Têm sistema de xeolocalización e bloqueiam no caso de usos incorrectos. No caso da eurocidade de Tui-Valença existem estações na Praza da Inmaculada, na Estação de Comboios ou na Piscina Municipal, respetivamente. Esta eurocidade dispõem de 14 veículos que agora no verão podem circular entre as oito da manhã e as oito da noite (hora portuguesa). No caso de Tomiño-Cerveira existem 16 bicicletas com uma estação virtual em Tomiño na Praza do Seixo, por sua vez em Cerveira as estações estão na Praça do Município e na Avenida das Comunidades Portuguesas. Em Salvaterra a estação virtual onde se pode retirar e devolver as bicicletas está no Parque de A Canuda, e em Monção na Lodeira e a Praza Deu la Deu. Nesta eurocidade existem 16 bicicletas.
Mais informações em aectriominho.eu/e-bikeriominho.